Together, for Paris, we stand
Os ataques de sexta-feira em Paris deixaram-me horrorizada.
Tinha saído para jantar e quando chegamos a casa e nos deparámos com aquele cenário sangrento ficámos em choque. Só desligámos a televisão já a noite ia longa e depois de termos conseguido contactar todos os que nos são próximos e que poderiam, como tantos outros, ter estado no sítio errado, à hora errada.
Pensando melhor, o que é errado é tudo o resto. Tudo menos os 129 inocentes que perderam a vida, e as restantes largas dezenas de feridos. Esses não fizeram nada de errado. Apenas se limitaram a seguir com as suas vidas, pacificamente, numa normal sexta-feira à noite. Até que alguém, em nome de crenças que não justificam os actos, em nome de um Deus que me recuso a acreditar ter algum dia pedido por isto, chega e mata, assim, por nada.
Não sou de preconceitos, não tolero a discriminação generalizada. Mas acredito que enfrentamos um problema de mentalidades baseado no que uma significativa fracção da população mundial acredita. E entendo que a França está agora com falta de soluções politicamente correctas. Infelizmente, chegou o momento em que não haverá outra escolha senão generalizar.
Tenho para mim que a Europa, como a conhecemos hoje, deixará em breve de existir. Como sempre, recebemos liberdades valiosas que não soubemos conservar. Lamentamo-nos da opressão, da vigilância, da falta de liberdade e depois... quando essa liberdade é conquistada, usamo-la para este tipo de actos.
Falo de nós enquanto humanidade, a continuar assim, quanto mais tempo irá este mundo durar?
Durante o fim-de-semana, o mundo inteiro veio unir-se em gritos de revolta, apoio e solidariedade com Paris. Esta união massiva emociona-me, de todas as vezes. Os franceses, em geral, e os parisienses, em particular, não estão sozinhos. A França vai reerguer-se, aos poucos, mais forte e unida.
Por Paris, os nossos corações batem como um só.