no jardim zoológico
Uma das vantagens de trabalhar ao lado do jardim zoológico é poder entrar gratuitamente durante a hora do almoço para comer num dos vários restaurantes do espaço. E eu, supra-sumo da racionalidade, tive a bela ideia de ir lá almoçar hoje. Sexta-feira. Dia de excelência para as mães que não trabalham a tempo inteiro levarem os seus petizes ao zoo. E eu poderia pôr-me aqui a falar do piqueno que vi a enfiar as mãos na taça das sementes do buffet de saladas, repetidamente, como quem se ensaboa. Ou da senhora que estava arejadamente a amamentar à mesa do restaurante. Ou do facto dos pais suíços não parecerem querer saber se os seus trambolhos pintam o diabo a sete (juro, em seis anos que levo disto, nunca vi um suíço repreender um filho seu, os dos outros sim). Mas, isto não é um post sobre educação infantil. E eu até gosto de miúdos. E não sei o que me espera quando for mãe.
O que eu queria mesmo vir aqui dizer é que fiquei admirada com a quantidade de adultos vs. a quantidade de crianças. Eu explico. Vi vários casos onde a trupe era formada por uma mãe (quase nunca um pai) e um mínimo de quatro crianças de idades muito próximas. E eu só quero que me expliquem como é que uma mãe consegue ter bravura que chegue para se atirar ao Zoo sozinha (salvo seja) com quatro infantes de três ou quatro anos. Pelo que pude ver, é o caos no momento das refeições e dos chichis, e até caminhar normalmente pelo jardim é um desafio. A certa altura era ver putos por tudo quanto era canto, espalhados pelo chão da casa dos macacos (fora das jaulas, calma) a dormir a sesta, uma pessoa parecia que ia a caminhar num campo de minas. E às mães, também essas espalhadas pelos cantos, por certo não lhes faltaria vontade de deixar as suas crias ali, entregues à outra mãe, a natureza.