Olá Março, adeus Março
Março foi um mês bom, muito bom. E foi por isso que mal pus aqui as mãos.
Ora, primeiro trabalhei, muito. Desunhei-me. Afoguei-me em horas extra. Chorei algumas vezes. Comi que nem uma lontra para chorar um bocadinho menos. O trabalho esfrangalhou-me os nervos de tal forma que só o chocolate me ia safando.
Mas tudo isto com a mente nos dois grandes eventos do mês de Março. O aniversário do MQT que aconteceu a meio do mês e foi combinado com um fim-de-semana em Paris para lhe visitar a família, comer muito, ver os amigos e passear um bocadinho, pouco.
E depois... as tão, mas tão, mas tão merecidas férias.
Ainda em Janeiro decidimos que teríamos mesmo que tirar umas férias no final de Março, porque para mim, entre o Ballon D'Or em Janeiro, o Congresso Extraordinário em Fevereiro e o Congresso Ordinário em Maio, seria a única oportunidade de férias e eu calculei que se não o fizesse chegava a Maio e, já maluquinha de todo, atirava-me de uma janela qualquer. Depois, eu queria porque queria calor, praia, mar, bom tempo, boa comida e... um orçamento decente, porque já andamos a poupar para uma viagem grande nó início do próximo ano. E foi assim que decidimos ir a Phuket, na Tailândia, um bocado do-pé-para-a-mão.
Foi mais ou menos assim:
Envio um e-mail ao MQT a dizer "Queres ir à Tailândia?"
Ao que ele elaboradamente responde qualquer coisa como "Quero pois!" Não me perguntem, foi em Inglês, mas em Português é tão mais bonito.
E foi assim, confirmámos as férias como os respectivos bosses, marcámos o voo e depois o hotel, e pronto. Estava marcada a minha primeira viagem de longo curso. Sim, sou uma bimba do pior que tem medo de andar de avião e que nunca esteve pelos ajustes, que querem?
E a coisa até se deu melhor do que eu pensava. Nas semanas que antecederam a partida estava tão afundada em trabalho que, cada vez que o pensamento de passar onze horas enfiada num avião mal me passava ao de leve pela mente, eu chutava-o logo para um canto escuro e não mais me lembrava de tal coisa. Ainda assim, nos últimos dois dias, corajosa como sou, ainda paniquei umas 273 vezes, coisa pouca.
Vai-se a ver, a viagem passou-se num abrir-e-fechar de olhos, literalmente, porque assim que a criança histérica que há em mim correu tudo quanto eram filmes e jogos do computador do avião e sossegou, adormeci e só acordei para comer. Uma maravilha.
Já em Phuket, foi fantástico e maravilhoso e tudo o que precisávamos. Sol, calor, praias lindíssimas, comida deliciosa e pessoas tão mas tão acolhedoras e prestáveis que ainda pensei em trazer uma ou duas comigo só para me alegrarem os cinzentões dias suíços.
Claro que os dias passaram num ápice e pronto, tivemos que regressar. E eu que já vinha cheia de confias, ai que eu agora já sou uma expert e isto não vai custar nada, venha de lá esse avião. Pumbas, levei com seis horas de turbulência no lombo e vim o caminho todo a rezar aos santinhos para não nos estatelarmos dali a baixo. Foi bonito, foi. Juro que até houve momentos em que quase chorei, enquanto estrangulava o braço do MQT até fazer formigueiro. Esse queria lá saber, dormiu que nem uma pedra o caminho todo, eu bem que podia ter morrido do coração e ele nem para testemunha servia.
Enfim, chegados ao aeroporto de Zurique, depois dos devidos agradecimentos aos santos todos e de jurar que tão cedo não me metia noutra, recebo um e-mail do trabalho que começava assim "Itinerary to the 66th FIFA Congress 2016, Mexico, Mexico City". Obrigadinho, tá? Acabadinha de falar com os santos e é isto.