Cenas
Ontem aconteceu uma peripécia que jamais eu esperaria, mesmo que fosse nos confins do mundo.
De manhã, quitei-me com as minhas botas ultra-resistentes a condições climatéricas adversas, e lá fui eu fazer compras ao carrefour. Quando entro, eis que dispara o alarme. Até aqui tudo normal. O senhor segurança verifica a minha mala, o meu casaco, as minhas botas... sim, o alarme estava nas botas. Ok, aqui eu pensei que ele me ia deixar seguir, porque eu não estava a roubar nada. Mas não. Começa para lá a mandar bitaites e às tantas eu lá percebo o que ele me estava a tentar dizer: Eu tinha de tirar as botas, entregar-lhas para desmagnetizar e ficar ali, no meio de um supermercado lotado, descalça. Eu percebi muito bem o que ele queria, mas como me recusei a acreditar em tal palermice, fiz-me de despercebida, qual estrangeira que de francês não percebe nada "Pardon, je ne comprends pas...". Vai na volta, o senhor farta-se de me tentar explicar e toca de me tirar as botas pelos próprios meios. E assim foi, eu não pude evitar. Lá tive que tirar as botas e ficar ali, de meias coloridas, com uma cambada de avecs a olhar para mim como se eu de um espécime raro de uma companhia de circo me tratasse. Foi giro. Mas era mesmo preciso?