Sendo Portuguesa e vivendo fora do país, é inevitável a visita diária aos vários jornais online para me inteirar da actualidade, já que não ouço rádio nem vejo tv portuguesas. Uma vez por outra, mais frequentemente do que gosto, lá me cruzo com um "exclusivo" de um qualquer site de notícias que não é nada mais nada menos que uma reprodução de uma publicação numa qualquer rede social de determinada figura pública.
A própria figura pública faz uma publicação qualquer tipo, sei lá, um vídeo do instagram a dizer "A primeira palavra da minha filha" e logo vem um jornal online com um título "Veja aqui, em exclusivo, a primeira palavra da filha da não-sei-quantos". Exclusivo para todos menos para os quinhentos mil seguidores da dita que já viram e reviram a história no dia anterior.
Não sei bem o que me chateia nisto, mas chateia. Chateia-me a dissimulação e falta de assunto. Chateia-me que queiram, ainda que apenas durante os escassos segundos que demora a abrir a notícia, fazer passar por sua uma informação que não o é. E chateia-me que se faça jornalismo assim, sem trabalho, sem esforço e olhem, sem nada.
Mais uma noite sangrenta, mais um amanhecer triste. Para França e para o mundo. Mais um acordar em frente às notícias, um mundo horrorizado com mais um atentado. Tantas vidas inocentes. Tantas crianças.
Este foi mais um acto injustificado de violencia pura e cega sobre inconcentes. É triste e é dramático. E tem que parar. A França já não aguenta mais, os franceses já não aguentam mais. O mundo já não aguenta mais.
"Já tudo foi dito e escrito sobre a vida de Cristiano Ronaldo, mas as pessoas tendem a esquecer. As pessoas são invejosas e têm memória curta. Esquecem-se que vem de família pobre, quão pobre? Bastante. Mais do que a maioria. Esquecem-se que veio para Lisboa sozinho, aos 11 anos, para um mundo novo sem ninguém da família para o apoiar. Esquecem-se que chorou tudo o que tinha a chorar, à noite, na almofada, na academia do Sporting quando tinha saudades dos pais. Esquecem-se que ele trabalhou, diariamente, anos a fio, para chegar onde chegou. Dizem que ainda hoje é o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos, fora as imensas horas extra que teve que fazer (e ainda faz) no ginásio para ter um corpo quase à prova de lesões. Esquecem-se que o pai lhe morreu cedo. Esquecem-se que foi com 18 anos para o Reino Unido. Esquecem-se que começou a ganhar balúrdios que não conseguimos imaginar, numa idade em que a maioria de nós ainda nem trabalha. Um rapaz dessa idade que decide levar os melhores amigos com ele para lhe fazerem companhia, para lhes dar uma boa vida e para o blindarem de novos amigos interesseiros que aparecem no horizonte sempre que a fama se faz nossa companheira. Alguém que faz isso é inteligente.
Portugal nunca deu valor aos seus heróis corajosos e confiantes. Pelo menos não depois da ditadura. Agora idolatram-se Zé Marias e falsas humildades. O Ronaldo é exemplo disso. "Porque ele é arrogante em dizer que é o melhor". Ouve-se este tipo de comentários várias vezes. Claramente que as pessoas têm uma noção de humildade retorcida. É como achar mais humilde aquele aluno que aquando da auto-avaliação diz que merece um "17" quando teve 20 em todos os testes, só para parecer bem, do que o aluno que diz confiante que merece "20". Esta é a noção triste de humildade que temos em Portugal. Para mim, humildade máxima é seres considerado o melhor do mundo, achares-te o melhor do mundo, e mesmo assim no dia a seguir seres o primeiro a chegar ao treino e tentares melhorar apesar de tudo e todos te considerarem o melhor do mundo. Isso é humildade. É ser-se o melhor, sabê-lo, e ainda assim tentar melhorar todos os dias.
"Ai porque ele só quer é pausar e preocupar-se com o cabelo e carros". A grande maioria já anda a gastar o dinheiro dos pais todos os fins de semana nos copos e depois vêm criticar como ele gasta o dinheiro que conquistou apenas e só com o seu suor? O Sporting tem mérito na formação do jogador e do homem que ele se tornou, mas o mérito é quase todo dele. Dele e da família, que bimba ou não, é muito mais família que as famílias de renome que tratam os filhos por você.
A inveja é fodida. A admiração tem sempre a sua quota parte de inveja. Há uns que se sentem inspirados e há outros, demais, que se inspiram a dizer mal. É fodido ele ser um dos portugueses que mais ganha dinheiro no mundo. É fodido ele ser o mais famoso português da actualidade. É fodido ele ter um corpo que todos queriam ter. É fodido ele ter 90% das mulheres do mundo a quererem saltar-lhe em cima. É fodido ele ser o melhor naquilo que faz e aquilo que faz ser uma coisa que 90% dos homens queria fazer. Eu tenho inveja dele, mas uma inveja cheia de orgulho de ser português."
Eu bem sei, desculpem lá mas tenho andado ocupada a festejar o fim dos exames (para todo o sempre!!) e a ver os jogos da nossa Selecção, que ainda que não tenha dado para festejar, também ainda não deu para chorar.
Quero mesmo é partilhar este post da Maria (a das Palavras) que é só assim a coisa mais acertada e coerente que li nos últimos tempos, não fosse ela a Maria das ditas, que é bem pessoa para me por palavras naquilo que penso e que tenho, inutilmente, vindo a tentar explicar aos desgraçados que têm o azar de me vir falar mal do Cristiano Ronaldo.
Eu não sou cá de merdas, mas já tive a oportunidade de trabalhar com o Cristiano, tanto como com vários outros jogadores desse leque restrito dos "melhores dos melhores", e tenho a dizer-vos que nenhum deles conseguiu nunca igualar a simplicidade no trato, a acessibilidade e a atenção para com os fãs que o Cristiano demonstra em cada evento, mesmo em eventos fechados ao público onde a presença de fãs não é suposta. O Ronaldo tem talento e reconhece-o sem falsas modéstias, a imprensa abusa e sai dos seus limites para o importunar, mas o Ronaldo da imprensa não é o Ronaldo dos fãs, e desculpem-me o cliché, mas cada um tem o que merece.
Que na realidade é uma Secretária Geral. Acaba de ser anunciada e chama-se Fatma Samoura. Ansiosa por saber tudo o que o futuro reserva à primeira mulher CEO da FIFA.
Viajar para a Cidade do México e não ver absolutamente mais nada que o aeroporto, o hotel e os bares deste. Porque se trabalha das seis da manhã às dez da noite (isto num dia bom), Sábados e Domingos incluídos. Oh vida!
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