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peripécias de zurique

peripécias de zurique

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É talvez o blog que sigo há mais anos, sem nunca ter parado, e que faz parte da minha rotina diária de visitas, o Entre Parêntesis.

Acompanhei o percurso da Carolina desde os tempos em que era uma menina de escola secundária, com os problemas típicos da idade e com uma mestria surpreendente para os analisar e tomar decisões. Com o tempo acabei por me afeiçoar àquelas histórias que me transportam tantas vezes alguns anos para trás. A Carolina tem tudo o que gosto num blog: escreve bem que se farta, é coerente, adora ler, fala sobre tudo um pouco e tudo o que diz tem interesse. Não que ela precise de publicidade, mas quando vi esta rubrica, o Entre Parêntesis foi, sem dúvida, o primeiro blog que me ocorreu. Escusado será dizer que vale muito a pena a visita. Ou visitas. Diárias.

 

twenty eight

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vinte e oito. E eis que, sem aviso, eu começo a perguntar-me como é que o tempo voou assim, num ápice. Ainda ontem cheguei a Zurique, feita uma miúda tresloucada e cheia de dúvidas e esperanças e entusiasmo. Inexperiente e de sangue na guelra. Sempre de resposta na ponta da língua, sem saber distinguir quando vale e não vale a pena. Inocente, sem saber nada desta vida. Para trás deixei muitos amigos que julgava para a vida e uma família que, achava eu do topo dos meus vintes e nada, me sufocava.

Hoje, volvidos alguns anos, e a caminhar a passos largos rumo aos trinta, continuo cheia de dúvidas e sem saber nada de nada. Mas aprendi que os amigos para vida, os dedos de uma mão chegam e sobram para os contar. Aprendi que os meus pais me fazem mais falta do que alguma vez pude imaginar e, mais do que isso, são uma parte de mim que implanto a cada chegada, e que tenho de arrancar a sangue frio a cada despedida. E que a ferida nunca sara realmente. Aprendi que o amor imensurável, que faz doer o coração, faltar o ar e perder a força nas pernas de tão forte, existe mesmo e nunca se lhe conhece realmente os limites. Aprendi sobretudo a ser mais serena, mais contida, mais paciente, menos ansiosa e mais feliz.

Os 28 foram passados no Sábado entre abraços amigos, poucos, quase os suficientes não faltasse a parte portuguesa de mim, e boas conversas.

Com tudo o que a vida me trouxe até aqui, só posso estar grata. O caminho foi duro e cheio de contratempos, mas cheio de lições que levo para sempre na bagagem.

 

Olá Março, adeus Março

Março foi um mês bom, muito bom. E foi por isso que mal pus aqui as mãos.

Ora, primeiro trabalhei, muito. Desunhei-me. Afoguei-me em horas extra. Chorei algumas vezes. Comi que nem uma lontra para chorar um bocadinho menos. O trabalho esfrangalhou-me os nervos de tal forma que só o chocolate me ia safando.

Mas tudo isto com a mente nos dois grandes eventos do mês de Março. O aniversário do MQT que aconteceu a meio do mês e foi combinado com um fim-de-semana em Paris para lhe visitar a família, comer muito, ver os amigos e passear um bocadinho, pouco.

E depois... as tão, mas tão, mas tão merecidas férias.

Ainda em Janeiro decidimos que teríamos mesmo que tirar umas férias no final de Março, porque para mim, entre o Ballon D'Or em Janeiro, o Congresso Extraordinário em Fevereiro e o Congresso Ordinário em Maio, seria a única oportunidade de férias e eu calculei que se não o fizesse chegava a Maio e, já maluquinha de todo, atirava-me de uma janela qualquer. Depois, eu queria porque queria calor, praia, mar, bom tempo, boa comida e... um orçamento decente, porque já andamos a poupar para uma viagem grande nó início do próximo ano. E foi assim que decidimos ir a Phuket, na Tailândia, um bocado do-pé-para-a-mão.

Foi mais ou menos assim:

Envio um e-mail ao MQT a dizer "Queres ir à Tailândia?"

Ao que ele elaboradamente responde qualquer coisa como "Quero pois!" Não me perguntem, foi em Inglês, mas em Português é tão mais bonito.

E foi assim, confirmámos as férias como os respectivos bosses, marcámos o voo e depois o hotel, e pronto. Estava marcada a minha primeira viagem de longo curso. Sim, sou uma bimba do pior que tem medo de andar de avião e que nunca esteve pelos ajustes, que querem?

E a coisa até se deu melhor do que eu pensava. Nas semanas que antecederam a partida estava tão afundada em trabalho que, cada vez que o pensamento de passar onze horas enfiada num avião mal me passava ao de leve pela mente, eu chutava-o logo para um canto escuro e não mais me lembrava de tal coisa. Ainda assim, nos últimos dois dias, corajosa como sou, ainda paniquei umas 273 vezes, coisa pouca.

Vai-se a ver, a viagem passou-se num abrir-e-fechar de olhos, literalmente, porque assim que a criança histérica que há em mim correu tudo quanto eram filmes e jogos do computador do avião e sossegou, adormeci e só acordei para comer. Uma maravilha.

Já em Phuket, foi fantástico e maravilhoso e tudo o que precisávamos. Sol, calor, praias lindíssimas, comida deliciosa e pessoas tão mas tão acolhedoras e prestáveis que ainda pensei em trazer uma ou duas comigo só para me alegrarem os cinzentões dias suíços.

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Claro que os dias passaram num ápice e pronto, tivemos que regressar. E eu que já vinha cheia de confias, ai que eu agora já sou uma expert e isto não vai custar nada, venha de lá esse avião. Pumbas, levei com seis horas de turbulência no lombo e vim o caminho todo a rezar aos santinhos para não nos estatelarmos dali a baixo. Foi bonito, foi. Juro que até houve momentos em que quase chorei, enquanto estrangulava o braço do MQT até fazer formigueiro. Esse queria lá saber, dormiu que nem uma pedra o caminho todo, eu bem que podia ter morrido do coração e ele nem para testemunha servia.

Enfim, chegados ao aeroporto de Zurique, depois dos devidos agradecimentos aos santos todos e de jurar que tão cedo não me metia noutra, recebo um e-mail do trabalho que começava assim "Itinerary to the 66th FIFA Congress 2016, Mexico, Mexico City". Obrigadinho, tá? Acabadinha de falar com os santos e é isto.

 

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