E eu estou em pulgas para os rever. Foram os meus melhores amigos, temporada após temporada. Por muito ocupado que fosse o meu dia, por muitos trabalhos de casa que tivesse para fazer, tinha encontro marcado com os meus Friends, por volta das oito e meia na RTP2. Não me recordo bem se na altura passaram todas as temporadas mas sei que mais tarde revi cada episódio com o mesmo entusiasmo, várias vezes.
Não sei de quem foi a ideia, mas NBC vai agora permitir-nos um último adeus a Monica, Rachel, Phoebe, Chandler, Ross e Joey, durante emissão especial de duas horas que irá para o ar a 21 de Fevereiro nos EUA.
Para já é só isto que se sabe e eu não sei bem como viver só com esta informação. Há todo um conjunto de perguntas que me atormentam mas a mais importante é, sem dúvida, como é que eu vou esperar até 21 de Fevereiro, COMO?
Acho que só por causa das coisas, vou-me por a rever as temporadas todas pela centésima vez, para aliviar esta ansiedade.
As mulheres dos jogadores são quase todas lindíssimas e, nesta gala em particular, estiveram muito bem. De resto, há a destacar também as senhoras do futebol, que surpreenderam pela positiva.
Ora então, vejamos...
Carli Lloyd, a mostrar que as jogadoras de futebol não têm de ser todas masculinas e sem graça. Estava deslumbrante.
Embora a foto desfavoreça muito o modelito que tinha um trabalhado encantador, a Clarisse Alves estava imponente e confiante. Além disso, que família amorosa!
Pilar Rubio e Sergio Ramos. Linda e escultural, ficaria bem em qualquer trapito... menos neste. Não lhe assentava nada bem, o corte é estranho e deixa pouco à imaginação.
Kate Abdo, a mais bonita da noite. Podem até dizer que não estou a ser imparcial, não me interessa nada. Estava linda em Givenchy, irrepreensível e de fazer girar cabeças.
E já passou. Passou a voar e foi extenuante, avassalador e muito, muitíssimo cansativo.
A minha função principal era ocupar-me dos dois apresentadores, James Nesbitt, actor (Hobbit, The Missing) e Kate Abdo, jornalista da Sky News. Recebi-os no aeroporto na sexta-feira de manhã e segui-os durante todo o fim-de-semana, do acordar ao deitar. Como o meu trabalho era essencialmente no backstage, acabei por passar os dias a auxiliar a equipa de produção e a trabalhar no programa de tv propriamente dito. Tanto o James quanto a Kate foram fantásticos, muito fáceis de trabalhar, acessíveis, simples e atenciosos. Ele é de um talento e humor admiráveis, ela uma força da natureza, com um nível de profissionalismo e um ritmo de trabalho contagiantes. Foi um prazer trabalhar com os dois.
Durante o fim-de-semana, ocupei-me ainda dos 2Cellos, o acto musical, mas no dia do programa, tive de passar a bola a outro, porque já não sabia para onde me virar como tanto trabalho.
Trabalhámos tanto, dormimos tão pouco, e o tempo passou a correr. A segunda-feira chegou num ápice. Acordei mais cedo que nos dias anteriores, e às nove da manhã já estava no Park Hyatt Hotel à espera da minha trupe. A partir daí foi sempre a correr, a ultimar preparativos e a acertar detalhes até às cinco, hora em que começou a passadeira vermelha. Antes do transmissão começar, fiquei encarregue de encaminhar os jogadores e convidados VIP para o auditório. Depois, fique essencialmente no backstage, a ajudar nas operações.
Foi a primeira vez que privei com os melhores do mundo, e se é verdade que foi um privilégio, é também um facto que o trabalho e a pressão me absorveram de tal forma, que foi fácil esquecer a importância das pessoas com quem ia falando. Claro que a maioria era bastante simples e acessível, o que ajudou bastante.
O momento alto da noite aconteceu quando entregaram o Puskas Award, que premeia o golo mais bonito da época. Este prémio já passou pelas mãos de estrelas como Cristiano Ronaldo, Neymar ou Ibrahimovic, mas este ano foi especial. O vencedor foi Wendell Lira, uma jogador de quem até então nunca ninguém tinha ouvido falar. Vindo do Vila Nova de Goiânia, um clube da segunda divisão brasileira, Wendell é uma pessoa simples, com uma vida normal e que nunca, nem nos seus sonhos mais audazes, se atreveu a imaginar que iria um dia pisar o mesmo palco que os maiores do mundo e muito menos disputar um prémio com Lionel Messi. Como o Wendell fala apenas português e nunca tinha vindo à Europa, eu estive em contacto com ele desde o primeiro minuto em que o nome dele entrou na lista de candidatos ao prémio para o ajudar a organizar a vinda a Zurique. Fiquei rendida à humildade das palavras, à simplicidade das questões, à amabilidade e à educação. Embarquei também eu neste sonho, porque o Wendell me fez acreditar. E foi com profunda alegria e uma certa ponta de orgulho que assisti emocionada ao brilhante discurso com que Wendell nos brindou ao receber o prémio. E não fui a única. Ao meu lado, no backstage, estava Neymar, e foi com espanto que me apercebi que também ele tinha lágrimas nos olhos. Deixo-vos um curto vídeo do backstage, que mostra este momento maravilhoso.
Quando a gala chegou ao fim, a sensação de dever cumprido e de triunfo era quase palpável e estava estampada na cara de toda a gente. Diz quem sabe que foi o melhor Ballon d'Or em anos e eu acredito. Acredito porque vi o programa ganhar forma e conheço o brilhantismo que quem o dirigiu. Para o ano, lá estamos outra vez, que no que depender de mim, não voltarei a perder isto, por nada deste mundo.
Têm sempre o último modelo do iphone, nunca andam em carros velhos e não arrendam em bairros dodgy... mas quando vão cortar o cabelo, não secam nem penteiam para poupar na conta.
E começou a contagem decrescente para a mais fantástica gala futebolística do mundo.
Se nos outros anos já ansiava por esta data com algum fervor e fazia questão de ir até à Red Carpet ver os meus jogadores favoritos de perto, este ano vai ser ainda mais fantástico por estar a trabalhar nos bastidores. A possibilidade de tomar parte activa de um evento desta dimensão é uma experiência extasiante e que, certamente, vai ficar na minha memória.
Depois conto como foi, mas até lá... Ronaldo, Messi ou Neymar?
Sendo que a minha actividade nas redes sociais é quase nula, tirando apenas o instagram que dá para fazer umas coisas engraçadas sem ter de aturar aquelas cenas pirosas e joguinhos da treta do facebook, é no linkedin que de vez em quando vou ficando a par do que vai acontecendo nas vidas de ex-colegas de faculdade, por exemplo.
Não sei se é curioso ou completamente previsível ver que aqueles mais fanfarrões, os que tinham a mania que eram os melhores da praça e agoniavam e rebaixavam os mais novos, mais calados, mais estudiosos ou mais sérios, aqueles que tinham uma conversa fiada daqui até à China e quem os ouvisse falar diria que conheciam meio mundo e dominavam outro meio, aqueles tão clássicos chico-espertos que toda a gente conhece têm hoje empregos de merda, ou pior que isso, continuam sem acabar o curso.
Sei que a situação laboral em Portugal não está famosa, ainda assim, a maior parte dos meus ex-colegas mais "normais" conseguiu arranjar emprego mais ou menos na área, dentro ou fora de Portugal. Parece-me que só os idiotas estão a colher aquilo que plantaram. E espero sinceramente que nos seus empregos tenham agora a oportunidade de conhecer o reverso da medalha.
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