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peripécias de zurique

peripécias de zurique

Nos entretantos, por aqui vai-se tremendo de frio

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 A neve deu um ar de sua graça no Sábado ao fim do dia, mas nada que jeito tivesse. Só uns farrapos mínimos, para isso mais valia ter estado quieta. O frio, esse veio em força, mas a neve branquinha e bonita... nem vê-la!

Enfim, cá nos vamos aguentando e arreganhando o dente. Principalmente eu, que tenho que apanhar o eléctrico todas as manhãs e todas as noites e durante o caminho até à paragem quase entro em hipotermia!

O que me vai dando ânimo é saber que o Natal está aí à porta e com ele, Portugal!

 

Blogging

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Descobri o Blogging quase um pouco por acaso, ou mais por curiosidade. Via o banner por aí em vários dos blogs que visito até que decidi investigar. Daí até me juntar a esta família foi um pequeno passo.

Blogging é uma plataforma que promove vários blogs de uma forma clara e organizada. Através dele, é possível encontrar o tipo de blog que se procura muito facilmente, porque os blogs estão todos organizados em 9 categorias: Actualidade, Beleza & Cosmética, Cozinha, Decor & DIY, Desporto e Bem-Estar, Entretenimento, Lifestyle, Moda e Tecnologia.

Por lá, poderão encontrar o Peripécias nas categorias de Actualidade e Lifestyle.

Qualquer blog se pode registar facilmente, e para alé de ser grátis, eles são uma simpatia!

Podem encontrá-los no www.blogging.pt, no Facebook e no Twitter

Together, for Paris, we stand

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Os ataques de sexta-feira em Paris deixaram-me horrorizada.

 

Tinha saído para jantar e quando chegamos a casa e nos deparámos com aquele cenário sangrento ficámos em choque. Só desligámos a televisão já a noite ia longa e depois de termos conseguido contactar todos os que nos são próximos e que poderiam, como tantos outros, ter estado no sítio errado, à hora errada.

 

Pensando melhor,  o que é errado é tudo o resto. Tudo menos os 129 inocentes que perderam a vida, e as restantes largas dezenas de feridos. Esses não fizeram nada de errado. Apenas se limitaram a seguir com as suas vidas, pacificamente, numa normal sexta-feira à noite. Até que alguém, em nome de crenças que não justificam os actos, em nome de um Deus que me recuso a acreditar ter algum dia pedido por isto, chega e mata, assim, por nada.

 

Não sou de preconceitos, não tolero a discriminação generalizada. Mas acredito que enfrentamos um problema de mentalidades baseado no que uma significativa fracção da população mundial acredita. E entendo que a França está agora com falta de soluções politicamente correctas. Infelizmente, chegou o momento em que não haverá outra escolha senão generalizar.

 

Tenho para mim que a Europa, como a conhecemos hoje, deixará em breve de existir. Como sempre, recebemos liberdades valiosas que não soubemos conservar. Lamentamo-nos da opressão, da vigilância, da falta de liberdade e depois... quando essa liberdade é conquistada, usamo-la para este tipo de actos.

 

Falo de nós enquanto humanidade, a continuar assim, quanto mais tempo irá este mundo durar?

 

Durante o fim-de-semana, o mundo inteiro veio unir-se em gritos de revolta, apoio e solidariedade com Paris. Esta união massiva emociona-me, de todas as vezes. Os franceses, em geral, e os parisienses, em particular, não estão sozinhos. A França vai reerguer-se, aos poucos, mais forte e unida.

 

Por Paris, os nossos corações batem como um só.

 

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A FIFA, as polémicas e a vida dentro de portas

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Quando comento com alguém que trabalho na FIFA, a reacção mais comum que recebo é um erguer de sobrancelhas e um "é pá, isso anda complicado".

 

É um facto, e contra isso nada a dizer. Está realmente complicado. A quantidade de pessoas a sair, voluntariamente ou não, é assustadora. Tudo o que a imprensa diz e desdiz acerca do assunto é assustador. A dimensão que cada notícia toma é assustadora. E a posição significativamente próxima a que acompanho tudo é também assustadora.

 

A minha posição nesta empresa é de coordenadora do escritório do Secretário Geral - o CEO. Neste momento esse CEO, Jérôme Valcke, encontra-se suspenso, como é do conhecimento público. Não sendo o meu chefe directo, seria para ele que iria trabalhar, não fosse essa suspensão ter acontecido algumas semanas antes da minha chegada. Sorte ou azar, cheguei depois deste acontecimento, mas já cá estava e acompanhei de perto a suspensão do Presidente Joseph Blatter.

 

Quem já trabalhou em grandes organizações e passou por momentos de crise, sabe que este tipo de episódios deixam sempre um clima de incerteza, de medo, de apreensão. Mas facto é, e isso tem-se tornado cada vez mais evidente dia-após-dia, que o trabalho continua a ter de ser feito. O Ballon D'Or continua a ter de acontecer, o próximo Mundial continua a ter de ser organizado, a máquina continua a ter de trabalhar porque existe todo um outro mundo para além do que acontece com o Presidente ou o Secretário Geral. E confesso que desde que aqui cheguei, não houve um único dia em que sentisse que havia falta de trabalho, que se estava em stand by, tudo parado à espera que a crise passasse. Nunca. O que vi aqui foi um grande grupo de pessoas dedicadas, trabalhadoras e perseverantes que não pararam um único minuto para se encostarem ao escândalo em redor. O stress continua, as deadlines para cumprir está lá, os eventos para entregar, o trabalho constante não param de chegar.

 

Se inicialmente senti algum receio e incerteza, todas as dúvidas foram dissipadas logo na primeira semana. As equipas unidas, profissionais e brilhantes que aqui encontrei são quem faz a organização, e essa, continua a produzir, mesmo sem cabeça*.

 

 

*head - referindo-me aos líderes suspensos, heads da organização.

Hiking

Hoje o dia de trabalho será mais curto.

Às 11:00 partiremos da Home of FIFA rumo às montanhas para um dia de caminhada, workshops e team building.

Para mim, enquanto nova no grupo, este tipo de actividades são essenciais. Ajudam à integração, reduzem as distâncias e dão-me oportunidade de conhecer cada pessoa da minha equipa, mais como indivíduo e menos como profissional.

Quanto ao hiking propriamente dito, vai ser a primeira vez para mim, por isso não sei ainda muito bem ao que vou. Se sobreviver, conto como foi!

Pois que tenho vindo a falar de mudanças

De abandonar um emprego, de encontrar outro ainda melhor... e tudo isso. Mas ainda não tinha falado concretamente do que se andava a passar.

 

A verdade é que, depois de tudo o que falei nos posts anteriores, a minha vida andava mesmo a precisar de uma reviravolta. E essa reviravolta começou a dar um ar da sua graça em finais de Julho quando recebi uma chamada telefónica que me fez chorar de emoção. O meu currículo tinha despertado curiosidade algures nos escritórios da empresa onde sonhava trabalhar desde o momento em que cheguei a Zurique. Importa aqui dizer que desde o primeiro mês que passei nesta cidade comecei a tentar entrar na organização e de tempos a tempos enviei candidaturas espontâneas e tentei a minha sorte em posições abertas, mas nunca tinha sido sequer chamada para um entrevista. O meu pai sempre me disse que era lá que me via a trabalhar, e de cada vez que alguém me perguntava pelo meu emprego de sonho este nome vinha à tona.

 

E eis que esse dia chegou. Depois de algumas conversas telefónicas, convidaram-me para uma entrevista, depois outra e ainda outra. Confesso que nunca, ao longo de todo o processo, me permiti a criação de expectativas. Há muito que queria trabalhar nesta empresa e a posição era realmente interessante. Mas eu sou a personificação da ansiedade e tenho uma grande tendência para me recriminar quando falho, por isso nunca quis verdadeiramente acreditar que iria conseguir o trabalho. Fui passando cada fase um tanto ou quanto na desportiva, não falei a quase ninguém sobre o assunto, fui mais descontraída do que é comum para as entrevistas e nunca acreditei que tivesse realmente uma hipótese. Deep down, sempre me disse "pfff, já é uma sorte teres tido a oportunidade de privar com quem lá trabalha e de conhecer o edifício, não peças muito mais."

 

Mas contra todas as minhas perspectivas (e as do meu pai, que a maçã não cai longe da árvore) e exactamente como previsto pelo MQT, a coisa deu-se.

 

Acho que por muitos anos que viva, nunca vou esquecer aquele dia. Não me lembro dos detalhes, do que vestia, da hora a que o telefone tocou, se fazia sol ou chovia a cântaros. Fiquei tão atordoada que tudo o resto me passou ao lado. Assim que o telefone tocou e a notícia chegou, desfiz-me em agradecimentos e meias frases de alegria extrema e mal-disfarçada, e dei sinal ao MQT para me acompanhar até à rua para lhe poder dar a notícia sem reservas. Depois do entusiasmo inicial, seguiu-se o pânico. Como nunca realmente concebi a ideia de conseguir aquele emprego, nunca antevi a saída do emprego actual. Como já aqui falei, custou-me horrores dar a notícia à minha chefe, e ainda que tivesse planeado esperar um ou dois dias para lhe falar no assunto, entrei numa espiral de ansiedade que culminou comigo a contar-lhe tudo nessa mesma tarde.

 

A notícia chegou a 21 de Julho, para iniciar o contrato a 1 de Outubro e a partir daí parece que os dias se arrastaram mais lentos do que nunca. Se já não estava satisfeita com o trabalho que estava a fazer, esta nova perspectiva veio tornar os meus dias ainda mais difíceis. Tinha ainda muito para fazer, uma nova pessoa para treinar, muita coisa para encerrar e muito pouca vontade de continuar. Mas o tempo eventualmente passou, tirei alguns dias de férias pelo meio e num abrir-e-fechar de olhos já era Outubro.

 

No primeiro dia do mês do Outono atravessei os portões desta casa que agora também é minha, the Home of FIFA. E esta aventura alucinante começou para mim. Não sei quanto tempo vai durar, pode ser que até nem gostem do meu trabalho ou talvez um dia eu perceba que não sou feliz aqui. E se olharmos para a polémica que tem rodeado este organismo nos últimos tempos, até há quem não lhe dê muitos anos de vida. Mas por agora, a realidade de trabalhar numa organização tão universal e completa como esta e numa indústria que me faz vibrar tanto como é o caso do futebol, são motivos suficientes para sorrir, muito.

 

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e em escrevendo o post anterior

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reparei que este blog fez 5 anos em Setembro, cinco anos!

A criação deste espaço marcou a minha saída de Portugal e foi aqui que relatei as minhas aventuras e desventuras do lado de cá. A ideia é continuar. Mais presente, mais activa, mais, mais, mais. Quero voltar a escrever, mesmo que seja só para mim. Portanto, a mais cinco!

 

Em Julho, o vento da mudança voltou a soprar

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Fez em Setembro 5 anos que deixei o meu Portugal e cheguei à pequena vila de Chevry como aupair. A situação que vivia depois de acabar a licenciatura levou-me a procurar uma solução rápida que me tirasse de Portugal. Os meus amigos não entenderam, a minha família ainda menos. Eu deixei um emprego aparentemente estável e um um salário razoável para ir para outro país ser baby-sitter. Era definitivamente um emprego que não me fazia feliz. Mais do que isso, era um emprego que me atormentava e não me deixava dormir. Era um emprego que me deprimia e onde não havia caminho a seguir. Todos os dias eram iguais e isso nunca iria mudar. Eu nunca iria aprender nada ou sentir-me útil, eu nunca iria pôr em prática aquilo que estudei. E foi por isso que decidi arriscar. Sei muito bem que muitos pensaram (e poderão ainda pensar ao ler este post) - que ingrata de merda. Tanta gente sem emprego ou a ganhar um salário miserável e eu deixei tudo por uma aventura. Talvez, mas não teria sido muito pior se eu me tivesse mantido num emprego que me fazia infeliz quando tanta gente lhe poderia dar mais valor que eu?

 

Teorias de ingratidão à parte, eu decidi tentar a minha sorte fora de Portugal, mesmo que para isso tivesse significado começar humildemente. Depois de algum tempo como aupair encontrei um bom emprego e durante estes 5 anos fui muito feliz muitas vezes, comi o pão que o diabo amassou outras tantas, aprendi mais do que alguma vez imaginei  e cresci profissional e pessoalmente numa direcção que sempre almejei.

 

Em Setembro deste ano abandonei o meu anterior emprego e não fiz de ânimo leve. Tinha uma grande dívida de gratidão com a minha então chefe e sabia que a iria desiludir. Foi o primeiro emprego que amei realmente, foi o primeiro trabalho por que me apaixonei. Adorei com todos as minhas forças e durante muito tempo aquilo que fazia. Fui uma profissional feliz e realizada durante a maior parte dos anos em que trabalhei com o Bureau Veritas. Mas houve um momento, que não consigo precisar exactamente quando ocorreu, em que esse amor começou a diminuir, em que a motivação começou a descer e em que eu senti que já não tinha muito mais a aprender e que também já não tinha muito mais como contribuir para aquela equipa. A minha chefe e mentora de sempre começou a fazer escolhas com as quais eu já não me identificava, a promoção que me ia sendo prometida nunca mais chegava, e eu, que sempre fui um tanto ou quanto ambiciosa, comecei a ansiar por uma oportunidade mais desafiante, uma lufada de ar fresco.

 

Já numa altura aqui tinha falado da história do vento de mudança que tanto me caracteriza. Desta vez ele foi dando uma ar da sua graça de quando em vez mas só soprou verdadeiramente em Julho deste ano, depois de vários meses de introspecção profissional.

 

Não me arrependo de absolutamente nada no meu caminho até aqui. Muito menos dos anos que passei com esta empresa. Com eles pude viajar e conhecer mais do mundo, aprendi algumas línguas, aperfeiçoei outras. Conheci tanta, tanta gente! Descobri tantas culturas e tornei-me tão mais tolerante. Aprendi tanto, sobre tudo e sobre nada. Fiz alguns amigos, que espero guardar para a vida. E claro, mais importante do que tudo o resto, descobri um outro tipo de amor também. Descobri o amor. Desmesurado, incontrolável, impossível, avassalador. Daqueles sobre os quais lemos nos livros e que vemos em filmes de Domingo à tarde. Daqueles que só se acredita que existe mesmo quando se o vive. E eu que não acreditava...

 

Posto isto, não poderia jamais deixar de me sentir imensamente grata pela oportunidade que me foi dada naquele cinzento dia de Dezembro carregado de neve. Foram maravilhosos os tempos que vivi nesta empresa, apesar dos dias menos bons. E sei que nunca teria chegado onde estou hoje se por lá não tivesse passado. Por isso, obrigada. Sei que poucos ficaram felizes com a minha partida, a maioria não conseguiu sequer perdoar-me por tê-lo feito. Mas a proposta que recebi era, sem dúvida, a estrada certa para eu continuar. E eu continuei.

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