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Desde que vi o filme Chocolate pela primeira vez que não mais me saiu da cabeça esta história do vento Norte – o vento de mudança. Depois li o livro, e vi o filme mais uma ou outra vez. Foi um facto que me senti imediatamente confortável com a inquietude da personagem principal, para mim, aquele sentimento é um lugar comum. Desde miúda. Nunca estava bem em lugar nenhum, fartava-me do que quer que fosse ao fim de pouco tempo.
Depois cresci, mas foi sempre igual, de todas as vezes. Chego a um novo lugar e passado o entusiasmo inicial, a minha motivação começa a decrescer e eu tento em vão convencer-me que é uma fase, que estou a ser exigente demais, que desta vez é que é. Mas depois começo a duvidar daquilo que antes eram as mais absolutas certezas e começa a entristecer-me ter que regressar a cada dia que passa... Afundo-me mais e mais na ausencia de “avançar” que se instala na minha vida. E é então que, quase visualizando a brisa que rodeava Vianne tantas vezes ao longo da vida, eu o sinto chegar. E aí é o limite. Percebo que não consigo ficar mais aqui, mesmo que quisesse. E a busca pela mudança recomeça. Aqui vou eu, de novo, à procura do meu lugar.